Algumas campanhas de saúde marcam o mês de março, incluindo a conscientização sobre o câncer de colo de útero. Por meio do Março Lilás, informações importantes são divulgadas sobre a doença, que é a terceira neoplasia mais incidente entre as mulheres brasileiras, excetuando-se o câncer de pele não melanoma.
Conforme aponta o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o risco estimado é de 13,25 casos a cada 100 mil mulheres para cada ano do triênio 2023-2025, sendo esperados 17.010 novos casos por ano. É importante entender que o câncer de colo de útero é tratável e caso a mulher esteja em dia com a rotina de exames, pode ser identificado de forma rápida.
De acordo com Nathália Naves, oncologista do Hospital do Câncer em Uberlândia (HC-UFU/Ebserh), “este tipo de câncer se origina na parte mais baixa do útero, que tem íntima relação com o canal vaginal e tem como principal fator de risco a infecção pelo HPV (papilomavírus humano)”. As chances do aparecimento da doença podem aumentar quando há um início precoce da atividade sexual e múltiplos parceiros e tabagismo.
A médica ainda explica que, inicialmente, a doença não apresenta sinais evidentes. “Os sintomas só costumam aparecer nas fases mais avançadas, como dor, sangramento vaginal e perda de peso”.
Como prevenir?
Desde 2014 o Brasil disponibiliza gratuitamente, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a vacina contra o HPV para meninas e meninos de 9 a 14 anos. O imunizante pode garantir a proteção de até 70% contra o câncer de colo de útero e o ideal é que seja tomada antes do início da vida sexual.
Já a prevenção primária da doença tem relação com a diminuição do risco de contágio pelo HPV por meio do uso de preservativos (masculina ou feminina) durante a relação sexual. Além disso, manter bons hábitos continuam sendo importantes, tais como: boa alimentação, não fumar, evitar excesso de álcool e investir na prática de atividade física.
Papanicolau e o diagnóstico precoce
A principal forma de diagnosticar este câncer é pelo exame de Papanicolau, que segundo a oncologista, “identifica alterações pré-malignas no colo do útero, possibilitando o tratamento adequado dessas lesões precoces e impedindo que se transformem num câncer”.
As mulheres que tem ou já tiveram vida sexual precisam fazer este exame preventivo anualmente, especialmente as que têm entre 25 e 59 anos.