Com o objetivo de promover uma maior conscientização sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer em crianças e adolescentes, a campanha Setembro Dourado ganha destaque anualmente em órgãos de saúde, hospitais, escolas e na mídia.
Diferente do que ocorre com os adultos, é muito difícil falar em prevenção primária quando o assunto é câncer infantojuvenil. Dessa forma, o foco das ações está no reforço dos sinais e sintomas da doença, possibilitando que se identifique a doença o mais cedo possível.
A oncologista pediátrica do Hospital do Câncer em Uberlândia (HC-UFU/Ebserh), Dra. Anna Beatriz Amaral, enfatiza que “o câncer infantojuvenil não tem exame preventivo de rastreamento. Ele tem a prevenção secundária, que é o diagnóstico precoce”.
Representando de 0,5 a 2% do total de casos de câncer, há uma estimava de 7.930 novos casos de câncer pediátrico no Brasil e 680 em Minas Gerais, a cada ano do triênio 2023-2025, conforme dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Em 2023, de acordo com dados do Setor de Oncologia do Hospital de Clínicas da UFU/Ebserh, cerca de 60 pacientes infantojuvenis foram atendidos no Hospital do Câncer, sendo 36 casos novos.
Os tipos de câncer mais comuns em crianças e adolescentes são as leucemias, os tumores que atingem o sistema nervoso central e os linfomas.
Observando sinais e sintomas
Ao abordar a temática do câncer em crianças e adolescentes, a intenção nunca é alarmar os familiares, mas sim alertar para a existência da doença e destacar alguns pontos de atenção.
Alguns sinais e sintomas que devem ser investigados incluem palidez e perda de peso sem explicação aparente, febre constante, inchaços ou aparecimento de caroços. “Os sinais e sintomas são muito inespecíficos e semelhantes a várias outras doenças da infância. Exemplo disso é a febre e também as ínguas no corpo. O que os cuidadores podem fazer é manter os seguimentos de saúde da criança atualizados (pediatra puericultor, oftalmologista e dentista) e, se algum desses sintomas persistir sem causa aparente, investigar mais a fundo com o médico da criança”, esclarece Dra. Anna Beatriz.
Quanto antes, melhor
Com a descoberta antecipada da doença e se tratada em unidades pediátricas especializadas com protocolos cooperativos, aproximadamente 80% dos casos podem ser curados. “O diagnóstico precoce detecta o câncer em estágios mais iniciais. Quanto menos carga de doença, menos tratamentos agressivos que possam deixar sequelas e maior a chance de curar sem que a doença retorne”, destaca a oncologista pediátrica.