*Leda Gonzaga
Ao contar uma história ou ler um conto vamos muito além da interpretação do texto. Nós nos aventuramos na trajetória do personagem e de forma inconsciente nos identificamos com seus dramas e problemas e assim damos novos rumos às nossas emoções e às emoções de quem nos ouve.
O trabalho com leitura e a contação de histórias é um processo para construção do aprendizado, amplia a visão de mundo e insere o leitor na cultura letrada, estimulando o desejo por livros.
Pensando nestas contribuições, podemos dizer que possibilita a vivência com as emoções, exercita a fantasia e a imaginação, as brincadeiras com as rodas principalmente na primeira infância em que a criança começa a ter contato com o despertar dessa imaginação em ser um super-herói e até mesmo um aviador, trabalha a autonomia, criatividade, amplia o vocabulário e a forma de comunicação, favorece a estabilização de formas ortográficas, da linguagem e do pensamento.
(Foto: Fernanda Whiteman) Léo- 3 anos (nosso pequeno leitor aviador)
Estes elementos são importantes para a formação pessoal e social do indivíduo.
No adulto desperta sentimos até mesmo esquecidos e tem o poder curativo de curar as feridas existentes…
A contação de histórias, através de atividades lúdicas, além de incentivar futuros LEITORES e semear essa semente em busca de grandes colheitas diante das grandes dificuldades de aprendizado encontradas.
Afinal, todo contador de histórias sabe usar o seu prato principal ao narrar uma história que é servir de um cardápio delicioso, convidando-os a saborear com um aromatizante aperitivo de saberes, degustando das palavras e todo sabor servido em um maravilhoso cardápio das histórias, quando preparado com carinho aos seus ouvintes através das vivencias, dinâmicas, descobertas, aprendizado e troca de experiências.
O contador de histórias propicia tudo o que de valor e raízes lhe é permitido, ele sonha os sonhos dos outros, desperta a imaginação e mexe com suas mais profundas memórias.
O livro “Contadores e Catadores de Histórias”, escrito por contadores de histórias da AUCHB, define bem esse contador de histórias que existe a séculos em nossas memórias como bem foi e ainda se torna presente em cada contador de histórias por toda parte do mundo que hoje ainda habita em nós.
Como seres humanos somos catadores contadores de histórias quando:
“Vivemos vidas relatadas e aprendemos com as histórias que ouvimos. ” E, assim, restauramos o mundo com nossa imaginação e energias positivas, aliadas a ações conscientes e preventivas. Larrosa (1995).
Por fim, destacando que o tempo ainda é o maior contador histórias, a AUCHB – Grupo de Contadores Catadores de Histórias e Brincantes de Uberlândia, almeja nesse livro e nesse dia tão especial, a qual todos se voltam aos nossos ancestrais contadores de histórias e a todos que hoje lutam bravamente levando essa arte narrativa nas veias para que o nosso mundo seja mais leve e curativo aos olhos, ouvidos e coração de quem assim o valoriza e mantem viva as memórias de nossos ancestrais, desejamos hoje e sempre que os bons ventos, que sopram ao ouvidos de cada contador catador de histórias seja abençoados pelo Universo maior, cheguem em nossos ouvidos e nossas vidas, com o poder curativo que as palavras nos trazem e em especialmente em nossas crianças e idosos, que tragam esperança e renovação e acima de tudo “AMOR”.
Abençoado Dia Internacional do Contador de Histórias a todos!
Que assim seja!
*Leda Gozaga é psicopedagoga, escritora, contadora de História e Biblioterapeuta e também membro da AUCHB Uberlandense
FOTO: Davi Zure