*MARGARETH CASTRO – SIGA @margarethcastro/@notaseprosas
Não sei bem como e quando começou essa onda de ódio que assola o país, mas as atitudes das pessoas me chocam todos os dias. Não sou político-partidária, não defendo ideologias ou partidos políticos, mas sou uma eterna apaixonada por gente e defendo princípios e valores. Assisto perplexa, todos os dias, pessoas que se voltam umas contra as outras em defesa de partidos políticos, por causa de times de futebol, da orientação sexual do outro, da cor da pele ou do credo religioso. A intolerância ao jeito de ser, agir e pensar do outro é algo assustador!
O Brasil é o segundo maior país cristão do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, segundo pesquisa divulgada em 2016, com aproximadamente 175 milhões de seguidores de Jesus Cristo, que deixou um único mandato: “Ame a Deus sobre todas as coisas e ao teu próximo como a ti mesmo”. Daí fico pensando… Será que estamos nos odiando tanto? Porque ao invés de empatia pelo próximo, somos capazes de tripudiar a sua dor ou a sua fraqueza.
Ontem, 2 de fevereiro de 2017, lembrei-me muito da frase do escritor português Alexandre Herculano, “quanto mais conheço os homens, mais estimo os animais”, depois de ler nas redes sociais tantos comentários de ódio e de mau gosto sobre a morte da ex-primeira dama Marisa Letícia. O fato dela ser mulher do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva foi motivo suficiente para esquecer que ela era um ser humano, que tinha uma família e que estas pessoas têm sentimentos e estão sofrendo pela perda de um ente querido. Passei o dia analisando e questionando-me. Será as redes sociais um meio condutor de ódio? As pessoas estão e são assim mesmo ou fazem isso para chamarem a atenção, ganharem “likes”. Ou por acharem que a internet é uma terra de ninguém e nestes espaços podem se revelar impunimente?
A verdade é que o ser humano se tornou juiz, julga e pune o outro à sua revelia, com requintes de crueldade e sem senso algum de Justiça. É capaz de apontar o dedo para o outro, mesmo que a sua visão mais longe seja o seu próprio umbigo. Não consigo e não quero entender pessoas que torcem pelo mal do outro, que tripudiam sobre a dor ou que julgam o outro pela sua raça, credo ou opção sexual.
As pessoas precisam aprender de uma vez que além do profissional ou do político, existe o pessoal, existe um ser humano por trás de cargos, títulos, conceitos ou siglas. Quantas pessoas romperam e rompem relacionamentos de anos por causa de briga política em época de eleições, que não conseguem ser amigas de torcedores de times diferentes do seu… Para mim, a palavra para estes dias não é TOLERÂNCIA, não temos que TOLERAR o outro; precisamos AMAR o outro, cumprindo o princípio básico de qualquer relação que é RESPEITO. Só assim, com essa receita simples “amando ao outro”, vamos conseguir construir uma geração melhor, um mundo melhor para nossos filhos e netos!
FOTO: Pessoal