O Centro de Estudo, Pesquisas e Projetos Econômico-Sociais da Universidade Federal de Uberlândia (Cepes/UFU) publicou, nesta segunda-feira, 25 de outubro, o boletim com os números do Índice de Preços ao Consumidor de Uberlândia (IPC) de setembro. Além das principais informações sobre a inflação, no portal do Cepes também estão disponíveis os valores referentes à cesta básica. De acordo com o estudo, a variação mensal registrada foi de 1,05%, maior alta para o mês desde 2002, o que provocou um salto de 0,13 ponto percentual (p.p.), em relação à taxa de 0,91% obtida e m agosto de 2021.
O IPC revela que a variação acumulada no ano foi de 6,26%, enquanto esse índice nos últimos 12 meses apontou 9,21%. Ambas demonstraram crescimento, quando observadas as variações obtidas no mês de agosto, a anual de 5,15% e a seguinte (8,90%). Esse movimento de alta também é observado nos preços de sete dos nove grupos que incluem os 235 subitens que fazem parte da cesta de consumo da pesquisa e têm os seus valores coletados mensalmente em mais de 500 informantes/estabelecimentos da cidade.
Em comparação com o mês de agosto, quando o “Grupo 1 – Alimentação e bebidas” assumia a maior variação positiva, ou seja, alta nos preços mais significativa, em setembro o “Grupo 2 – Habitação” retomou a primeira posição – que ocupava em julho. Isso ocorreu porque a variação desse segundo grupo alcançou 2,35% e o impacto foi de 0,45 p.p. no IPC-Cepes. A elevação do custo foi influenciada, principalmente, pelos aumentos de 7,06% da “Energia elétrica residencial” e 4,06% do item “Combustíveis (domésticos)”.
Segundo o economista Pedro Henrique Martins, membro da equipe do Cepes, o aumento dos preços da energia elétrica e dos combustíveis (domésticos e veiculares) movimentou a inflação de setembro. “O encarecimento da energia foi causado pela criação e implementação da bandeira tarifária de escassez hídrica. Já o preço dos combustíveis vem sofrendo com o aumento do valor internacional do petróleo e com uma taxa de câmbio mais desvalorizada”, aponta.
Os grupos que seguem em segundo e terceiro lugar nos destaques positivos são, respectivamente, o “Grupo 1 – Alimentação e bebidas”, que apresentou variação de 1,05% – muito por conta dos itens “Frutas” e “Panificados” -, e o “Grupo 5 – Transportes”, que teve alta de 1,11%, motivada, em especial, pelo “Veículo próprio” e “Combustíveis”.
Já os que obtiveram queda dos preços foram o “Grupo 6 – Saúde e cuidados pessoais”, com a variação negativa de -0,46% – movimentação causada, em grande parte, devido à redução do valor dos itens “Higiene pessoal” e “Produtos farmacêuticos” -, e o “Grupo 4 – Vestuário”, que caiu -0,12%, pois os itens “Roupa feminina” e “Roupa infantil” reduziram de preço.
Cesta básica de alimentos (CBA)
Embora o “Grupo 1 – Alimentação e bebidas” tenha ficado em segundo lugar na avaliação positiva, o preço da Cesta Básica de Alimentos (CBA) manteve o movimento de agosto e teve um novo aumento no preço. O valor mensal da cesta básica em Uberlândia registrado em setembro pela Cepes foi de R$ 560,85, subindo 4,39% em relação aos R$ 537,26 registrados no mês anterior.
Levando em conta os 13 produtos que fazem parte da CBA, os que sofreram os maiores aumentos de preço – variação positiva – foram a banana (31,52%), o açúcar (8,50%), o café (6,73%), o tomate (4,56%) e a batata (4,18%). O arroz (-2,05%) foi o único produto da lista de 13 itens alimentícios que barateou.
O salário mínimo necessário para o sustento de uma família composta por 2 adultos e 2 crianças ou 3 adultos foi de R$ 4.771,68, valor que significa um encarecimento de 4,39%. A remuneração oficial recebida por mês na cidade de Uberlândia é R$ 1.100, o que corresponde a 23,25% da quantia necessária apresentada pela pesquisa. O cálculo do valor do salário mínimo é feito a partir do preço da cesta básica e dos gastos com outras despesas, como educação, saúde, transporte e vestuário.
Nos links abaixo estão disponíveis mais informações sobre as pesquisas da Cepes:
FONTE: Cepes/UFU
Foto: Divulgação/Cepes