Banda Municipal de Uberlândia completa 70 anos

A primeira apresentação da Banda Municipal de Uberlândia “Lira Musical César Bombonato” aconteceu em 1º de maio de 1951, em um desfile do Dia do Trabalhador. Desde então, a tradição e harmonia disseminada em forma de música mantêm-se vivas na cidade e há muito o que comemorar, pois em 2021 a banda completa seu aniversário de 70 anos.

Em celebração a data, os membros da Banda Municipal foram surpreendidos com uma homenagem da Prefeitura de Uberlândia, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo e da Secretaria Municipal de Governo e Comunicação. Na oportunidade, foram entregues certificados lembrando a importância de cada membro para a história da cidade.

A Banda

Composta por cerca de 50 músicos, a Banda Municipal leva seu repertório eclético de forma gratuita, na cidade e na região. Mesmo com a suspensão das atividades presenciais durante a pandemia, o compromisso com seu público seguiu sendo cumprido, por meio de apresentações online que podem ser vistas e revistas na plataforma “Cultura em Casa”.

“Vejo a Banda com uma verdadeira ferramenta de fomento da cultura. Ela tem um papel social em Uberlândia quando promove atividades que levam as pessoas a um momento mais íntimo com a arte musical, provocando assim um desejo na sociedade pela música. Nos sentimos honrados e muito felizes com esse reconhecimento”, disse o diretor da Banda Municipal de Uberlândia, Samuel Borges.

 

Projetos

A Banda Municipal também conta com projetos diversificados que contribuem para a música instrumental no município. Um deles é o Udi Jazz Big Band, e leva aos palcos ritmos com jazz, blues e bossa nova.

“É valido lembrar que antigamente o repertório da Banda era baseado mais em sobrados e valsas e poucos jovens se interessavam. Hoje mudou muito, o repertório é variado e moderno e isso chama mais a atenção deles, que estão trazendo jovialidade para o nosso repertório”, relatou emocionado o musico Abrão Cardoso, que toca Trombone Si b Fa (popular Trombone de vara).

De casa nova

Fazendo jus à importância histórica e grandiosidade da Banda Municipal de Uberlândia, em 2020 a corporação ganhou uma nova casa no Centro Municipal de Cultura com sala de ensaios, sala de instrumentos, sala de percussão, sala de maestros, sala do diretor, administrativo e almoxarifado. Trata-se do terceiro endereço da Banda Municipal, que já passou pela Duque de Caxias e pelo Mercado Municipal, sua primeira sede.

Um marco que perpassa gerações

A Banda Municipal de Uberlândia – “Lira Musical César Bombonato” foi fundada no dia 1º de janeiro de 1951 pelo então prefeito Tubal Vilela da Silva, sob a regência do maestro João Clemente de Oliveira, mais conhecido como “Barraca”. Desde então, ela se apresenta em diversas solenidades, eventos, concertos e atendimento à comunidade em geral de forma gratuita, na cidade e na região com um repertório eclético e bastante variado.

A Banda é formada por instrumentos de sopro e percussão. Entre os instrumentistas de sopro, parte toca madeiras (oboé, clarineta, saxofone e flautas) e parte metais (trompete, trombone e tuba). A percussão abarca músicos nos tímpanos, caixa, bombo, pratos e acessórios.

A carga horária de trabalho da Banda Municipal é de 30 horas semanais, dividindo este período em ensaios, apresentações, estudos individuais e em grupos.

De lá para cá, a banda colecionou boas memórias e conquistou públicos não só de Uberlândia, mas também de outras cidades do país. Além disso, marcou a vida daqueles que se dedicam à corporação. “Meu pai (Bento Silva) foi maestro da Banda Municipal. Ele sempre me levava para assistir os ensaios e as apresentações dela. Desde cedo me interessei por música e acabei por ingressar na Banda em 1984, sob a regência dele. Estou nela há 37 anos, desde os 15 anos de idade, e só tenho a agradecer por todos estes anos de trabalho, de dedicação e de aprendizagem. Tive muitos momentos de felicidade com a Banda e com meu pai. Infelizmente o momento mais triste foi quando ele faleceu em 1994 e a Banda fez uma homenagem a ele em seu funeral. Foi ao mesmo tempo triste e emocionante”, contou o atual maestro Joheber Antônio Silva.

Para muitos membros, além de sustento para a família a banda também alimenta um sonho. “A BMU tem um papel muito importante na minha vida, afinal comecei a fazer parte do corpo musical dela ainda muito jovem (19 anos). Casei e criei minha família com o sustento da mesma. Lembro-me quando um amigo e também meu professor, Adelicio Floriano, retornou pra Uberlândia e ingressou na BMU. Foi quando surgiu a vaga e ele me ligou para vir fazer os testes e participar da corporação. Estou aqui até hoje, afinal é muito bom trabalhar com aquilo que se gosta e levar alegria às pessoas.”, emocionou-se o trombonista Abrão Cardoso.

Mais recente na formação da Banda, Patrícia Cristina de Freitas Oliveira ingressou em novembro de 2020 e também compartilha o espírito de pertencimento.  “Meu instrumento é o clarinete e já me sinto parte dessa família, desta casa. É um sentimento de responsabilidade social com a população de Uberlândia e também com os colegas de trabalho, um sentimento de companheirismo, solidariedade entre nós e também de crescimento profissional, apoiando uns aos outros. É isso que fica para a história da banda e para a história de Uberlândia”, relatou Patrícia Cristina de Freitas Oliveira.

FOTOS: Cleiton Borges/Secom-PMU

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