Novembro Azul: avanços no diagnóstico e tratamento do câncer de próstata

Novos tratamentos trazem mais precisão e opções personalizadas no processo de cura da doença, explica especialista

Avanços significativos no diagnóstico e tratamento do câncer de próstata oferecem novas esperanças para os pacientes que enfrentam a doença. A neoplasia, que fica em evidência neste mês devido a campanha Novembro Azul, é a segunda mais comum entre os homens e têm suas chances de desenvolvimento aumentadas pelo envelhecimento, fatores genéticos, obesidade e tabagismo. Segundo projeções da The Lancet Commission, o número de casos anuais deve dobrar, passando de 1,4 milhão em 2020 para 2,9 milhões até 2040, o que reforça a importância da conscientização sobre a doença e dos avanços conquistados para sua detecção e tratamento

Nas últimas décadas, o desenvolvimento de tecnologias, como a ressonância magnética multiparamétrica, que é um tipo específico de exame de imagem com protocolo dirigido para o estudo detalhado da próstata, tem auxiliado no diagnóstico precoce dos tumores prostáticos. A observação melhora a precisão na identificação de lesões suspeitas, reduzindo a necessidade de biópsias repetidas.

Além disso, avanços nas formas de diagnóstico também têm permitido um entendimento mais aprofundado dos marcadores genéticos, resultando em tratamentos mais precisos e personalizados, conforme explica o oncologista Rodolfo Gadia, da Oncoclínicas Uberlândia. “Quando falamos de marcação genética, estamos falando de uma medicina que analisa sequências de DNA, que fornecem importantes informações sobre o paciente. Dessa forma, conseguimos identificar históricos dele e até mesmo possíveis prevenções, para que no futuro ele não passe por um câncer, ou caso tenha a doença, seja diagnosticada precocemente tornando as chances de cura maiores”.

O especialista também explica que, no campo do tratamento, a personalização das terapias tem ganhado destaque. Para pacientes com câncer de próstata de baixo risco, a vigilância ativa se tornou uma opção comum, permitindo o monitoramento da doença sem a necessidade de tratamentos agressivos que possam comprometer a qualidade de vida. Para os de risco intermediário ou alto, inovações como a radioterapia de intensidade modulada e a radioterapia guiada por imagem têm demonstrado eficácia ao direcionar doses mais precisas ao tumor, preservando os tecidos saudáveis ao redor.

Rodolfo também comenta que outras opções, como a cirurgia robótica, seguem sendo escolhas eficazes, especialmente quando combinadas com outros tratamentos, pois se bem indicada, após consulta com um urologista, é uma boa alternativa para procedimentos com elevadas taxas de cura e mínimos efeitos colaterais com rápida recuperação pós-operatória.

A revisão dos avanços no câncer de próstata reforça a importância da personalização dos métodos de cura e da equidade no acesso às inovações. “À medida que as pesquisas continuam, é fundamental que os profissionais de saúde estejam atualizados para garantir o melhor cuidado possível aos pacientes, além de sempre conscientizar e investigar os sintomas, pois o diagnóstico precoce é essencial para melhores chances de cura”, finaliza.

Sobre o câncer de próstata

O câncer de próstata é um tipo comum de câncer que afeta a glândula prostática, que está localizada abaixo da bexiga e à frente do reto nos homens. Aqui estão alguns aspectos gerais, incluindo sintomas e fatores de risco:

  • Incidência: é um dos cânceres mais frequentes entre homens, especialmente em populações mais velhas.
  • Tipos: a maioria dos cânceres de próstata é adenocarcinoma, mas existem outros tipos menos comuns.

Sintomas

Nos estágios iniciais, o câncer de próstata pode não apresentar sintomas. Quando os sintomas aparecem, podem incluir:

  • Dificuldade para urinar ou fluxo urinário fraco.
  • Necessidade frequente de urinar, especialmente à noite.
  • Dor ao urinar ou ao ejacular.
  • Sangue na urina ou no sêmen.
  • Dor nas costas, quadris e pelve que não desaparecem.

Fatores de Risco

  1. Idade: o risco aumenta com a idade, especialmente após os 50 anos.
  2. Histórico Familiar: ter um parente próximo (pai, irmão) que teve câncer de próstata aumenta o risco.
  3. Etnicidade: homens afro-americanos têm maior risco e frequentemente apresentam casos mais agressivos.
  4. Alimentação: dietas ricas em gordura e produtos lácteos podem estar associadas a um maior risco.
  5. Obesidade: estar acima do peso pode aumentar a probabilidade de desenvolver câncer de próstata mais agressivo.

É importante que homens, especialmente aqueles com fatores de risco, conversem com seus médicos sobre a melhor abordagem para monitoramento e prevenção do câncer de próstata.

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