Hábitos saudáveis são sinônimos de qualidade de vida, bem-estar e prevenção de doenças. Inclusive quando se trata do câncer, uma das principais causas de morte do Brasil, o estilo de vida também será um fator para evitar a doença. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), cerca de 30% dos casos de câncer podem ser evitados com a prática de hábitos saudáveis. E com a luta contra o câncer em destaque, em razão do Dia Mundial de Combate ao Câncer em 8 de abril, a oncologista da Oncoclínicas em Uberlândia, Dra. Florença Copati, reforça 6 hábitos que vão contribuir para minimizar os riscos de desenvolver o câncer.
1. Evitar o tabagismo
“O tabagismo é o principal fator de risco modificável que deve ser eliminado para evitar o desenvolvimento do câncer. O hábito de fumar aumenta o risco do câncer de pulmão, como também o de laringe, orofaringe, esôfago, pâncreas, bexiga, reto e vários outros tumores. Considerando o câncer de pulmão, comparado aos não fumantes, estima-se que o tabagismo aumenta o risco de homens desenvolverem a doença em 23 vezes e as mulheres em 13 vezes”, destacou a especialista.
2. Manter uma alimentação saudável
Priorizar o consumo de alimentos naturais, como frutas e legumes, e evitar os industrializados e ultraprocessados, que são ricos em gorduras, conservantes, sal e açúcar, é o caminho para ter melhores condições de saúde. No caso da alimentação saudável na prevenção ao câncer, o INCA ainda indica que o consumo de fibras contribui para evitar tumores no intestino, como é detalhado pela oncologista. “Alimentos ricos em fibras regulam o funcionamento do intestino, e com isso, diminuem o contato de substâncias que podem causar câncer nas paredes intestinais. Leguminosas, grãos, farelos e farinhas integrais são alimentos ricos em fibras que merecem ser incluídos na alimentação”, explica.
3. Evitar o álcool
“Não há comprovação de que existem níveis seguros de ingestão de álcool, portanto o consumo de bebidas alcóolicas não é recomendado. Em relação ao câncer, a substância aumenta os riscos do desenvolvimento de diversos tumores, como boca, faringe, laringe, esôfago, estômago, fígado, intestino e mama. Inclusive, vale ressaltar que quanto maior a dose ingerida e o tempo de exposição à substância, maiores também serão os riscos de ter a doença”, explica a Dra.
4. Praticar exercícios físicos
Praticar exercícios físicos contribui para equilibrar níveis de hormônios, melhorar o funcionamento gastrointestinal, fortalecer as defesas do corpo, além de evitar a obesidade. Assim, todos esses efeitos vão ajudar a minimizar os riscos do desenvolvimento de um tumor. Para eliminar o sedentarismo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) sugere que um adulto saudável dedique pelo menos 150 minutos da semana para fazer atividades físicas.
5. Proteger contra os raios solares
O tipo de tumor mais frequente na população brasileira é o câncer de pele, representando 33% dos casos da doença no país, de acordo com o INCA. Para evitar esse tumor, o principal fator de prevenção é evitar a exposição excessiva ao sol e proteger a pele dos efeitos da radiação ultravioleta. Qualquer pessoa deve estar atenta e se proteger, usando chapéus, óculos escuros, camisetas e protetores solares, porém há aqueles que precisam redobrar o cuidado. “Pessoas com a pele clara, com sardas, cabelos claros ou ruivos, olhos claros ou que tenham histórico familiar de câncer de pele são grupos de maior risco para o tumor, portanto, devem seguir as orientações para se proteger da exposição solar com ainda mais rigor”, reforça Dra. Florença.
6. Vacinação
A vacinação também é uma maneira para evitar alguns tipos de câncer, como o de colo de útero e de fígado. Nos casos no útero, a imunização contra o HPV. Os sorotipos 16 e 18 do vírus estão relacionados a cerca de 70% dos casos desse tipo de tumor, portanto a vacinação é uma das principais estratégias para o combate da doença. Já para o fígado, a vacinação contra a hepatite pode proteger contra o aparecimento de tumores no órgão.
“Para se proteger contra os tipos de HPV de alto risco, que são causadores de câncer no colo de útero, é fundamental fazer a imunização contra o vírus. Vale ressaltar que a vacina será mais eficaz se for administrada entre os 9 e 14 anos, de preferência antes do início da vida sexual. Além disso, também é possível se proteger dos dois principais tipos de hepatites virais relacionadas ao aumento do risco de desenvolvimento do câncer de fígado, que são as hepatites B e C. O imunizante contra esses vírus também já fazem parte do calendário de vacinas do Ministério da Saúde”, destaca a especialista.
A oncologista ainda aproveita para reforçar que aliado aos hábitos saudáveis, a realização de avaliações periódicas com profissionais é essencial para um cuidado com a saúde efetivo. “Adotar um estilo de vida saudável não descarta a necessidade de acompanhamento profissional e manter consultas regulares. O acompanhamento com especialistas vai tornar o zelo com a saúde ainda mais efetivo e garantir a qualidade de vida já conquistada com os bons hábitos”, finaliza.