Um dos maiores humoristas brasileiros faleceu e deixou um legado de revolução para o humor brasileiro
A sexta-feira, 5 de agosto, começou mais triste. Morreu, em São Paulo, Jô Soares, um dos maiores humoristas brasileiros. O artista, que tinha 84 anos e estava internado há mais de um mês, não resistiu ao tratamento. José Eugênio Soares deixou um legado na dramaturgia, literatura e TV.
O motivo da sua morte não foi divulgado. De acordo com o G1, a cerimônia de despedida será íntima e terá apenas familiares e amigos mais próximos. As informações sobre homenagens, envio de coroa de flores e velório ainda não foram divulgadas pela família do artista.
Jô, como era conhecido artisticamente, nasceu no Rio de Janeiro em 1938 e abandonou a carreira de Diplomata para se dedicar à TV.
Veja agora alguns dos momentos mais importantes do Jô e os motivos pelos quais ele será inesquecível à arte brasileira. Antes algumas curiosidades: Ele namorou a Claudia Raia, teve um filho que faleceu aos 50 anos e fazia charges para lá de censuradas durante a Ditadura Militar!
O pai do Chris… ele tinha 3 empregos!
Para quem não entendeu a analogia, o bordão dos 3 empregos é usado por Rochele, esposa do Julius na série, Todo mundo Odeia o Chris. Ela alegava que não precisava trabalhar porque o marido tinha 3 empregos.
O mesmo aconteceu com Jô no início da sua carreira. Ao estrear na televisão em 1958, ele conseguiu prestar serviços para 3 emissoras ao mesmo tempo. A TV Rio, TV Continental e TV Tupi. Depois de dois anos, se mudou para São Paulo e dedicou-se apenas à TV Record.
O Humor começa a aparecer
Entre 1967 e 1971, Jô ganhou o programa de destaque “Família Trapo” onde era roteirista com o, também, humorista Carlos Alberto de Nóbrega. Nesta mesma série, tempos depois ele ganhou o papel do Mordomo Gordon.
Em 1970, assinou com a TV Globo e estreou na emissora com “Faça Humor, Não Faça Guerra”. Além destes, passou por outros programas até estrear o Viva o Gordo (maior ícone de sucesso humorístico da sua carreira).
Jô, o apresentador
Em 1987, Jô não renovou contrato com a Globo e decidiu ir para o SBT. Começou a apresentar um programa de entrevistas. O “Jô Soares onze e meia” ficou no ar por 11 anos. Segundo Jô, esse estilo de arte era o que mais lhe dava prazer. Ele afirmou que se sentia vivo conversando com os entrevistados.
No ano 2000 ele retornou à Globo e ficou no ar até 2016 com “O Programa do JÔ”. Este modelo de programa se tornou um marco na televisão brasileira.
Jô, o literato!
Além da TV e do humor, JÔ Soares era também um escritor nato. Além de publicar crônicas Nos jornais “O Globo” e “Folha de São Paulo”, ele lançou livros aclamados: “O Astronauta sem Regime”, “O Xangô de Baker Street”, “O Homem que matou Getúlio Vargas”, Assassinatos na Academia Brasileira de Letras e As Esganadas.
Beijo do gordo
Ao longo de sua carreira na televisão, Jô ficou marcado por alguns bordões. Entre eles, o “beijo do gordo”. O humorista usava essa frase em seu programa para se despedir do público.
Despedir-se de Jô Soares é, para muitos fãs e artistas, um momento de lembranças, tristeza e saudade. Durante toda a sua carreira, Jô fez história, lançou artistas, tirou do marasmo uma população que carecia de sorrisos leves. Certamente, o artista se tornará imortal no coração daqueles que acompanhavam sua carreira, seus feitos e sua contribuição. A nós, fica um “muito obrigada” por revolucionar o humor, o talk-show e a vida de inúmeros brasileiros.
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