Tratamento preventivo de tuberculose quadruplicou em 4 anos

A COVID-19 e a tuberculose estão entre as duas doenças infectocontagiosas que mais matam no mundo. No Dia Mundial da Tuberculose, 24 de março, a biomédica e doutora em Infectologia Jussimara Monteiro Nurmberger, gerente de Pesquisa e Desenvolvimento da Afip Medicina Diagnóstica, aponta o que as doenças têm de semelhança e suas diferenças. Em 2019, a entidade realizou em todo Brasil 24 mil testes de tuberculose.

O que causa

 Apesar de a tuberculose e a COVID-19 serem doenças respiratórias, a primeira é provocada por uma bactéria, e não por um vírus.

O agente causador da tuberculose é o bacilo Mycobacterium tuberculosis, descoberto há mais de um século pelo cientista alemão Robert Koch.

A tuberculose normalmente acomete os pulmões (tuberculose pulmonar), mas também pode afetar outros órgãos e tecidos (tuberculose extrapulmonar).

 Sintomas

– Tosse por mais de 2 ou 3 semanas;

– Produção de catarro;

– Febre baixa geralmente ao entardecer;

– Sudorese noturna, cansaço, dor no peito;

– Falta de apetite, emagrecimento e até tosse com sangue.

Alguns desses sintomas, como a tosse e a febre, são comuns a outras infecções respiratórias, como a COVID-19. Por isso, exames complementares podem ser necessários para um diagnóstico correto.

Ao contrário da maior parte dos casos de COVID-19, porém, alguns dos sintomas da tuberculose podem acompanhar o paciente durante períodos mais longos, como várias semanas ou meses.

Diagnóstico

 A pesquisadora Nurmberger explica que o diagnóstico de tuberculose leva em consideração todos os sintomas clínicos e é confirmado pela radiografia de pulmão e por exames laboratoriais.

O diagnóstico laboratorial pode ser realizado por diferentes metodologias, desde métodos simples, como a baciloscopia (exame microscópico direto do escarro), até métodos mais sofisticados, como a cultura líquida ou a técnica da Reação em cadeia da Polimerase (PCR em tempo real). Todos devem ser feitos apenas se houver prescrição médica.

Medidas de prevenção

 Tanto o coronavírus quanto a bactéria da tuberculose são transmitidos principalmente por meio de gotículas expelidas, por exemplo, quando alguém infectado espirra, tosse ou respira. Por isso, as medidas usadas para se evitar o contágio pela COVID-19 também servem para a prevenção à tuberculose.

Usar máscaras, lavar as mãos com frequência, evitar aglomerações e permanecer em ambientes ventilados são algumas das medidas que ajudam no controle da disseminação de ambas as doenças.

Grupos de risco

 No novo coronavírus, os grupos de maior atenção são idosos, obesos e pessoas com doenças respiratórias e cardíacas.

Na tuberculose, por sua vez, o grupo de risco é formado por aqueles com baixa imunidade devido a condições como câncer, diabetes, alcoolismo, tabagismo e AIDS. A tuberculose também é mais comum em populações mais vulneráveis social e economicamente, que tenham alimentação e condições de moradia precárias.

Tratamento

 Diferentemente da COVID-19, a tuberculose tem tratamento efetivo e cientificamente comprovado. Contudo, pessoas diagnosticadas com tuberculose precisam tomar medicações por seis meses. A maioria dos que fazem o tratamento corretamente ficam curados.

De acordo com dados recentes publicados em relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS), o número de pessoas com acesso ao tratamento preventivo da tuberculose quadruplicou, de 1 milhão em 2015 para mais de 4 milhões em 2019.

FOTO: Governo Federal

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