Sistema Capim Branco é inaugurado em Uberlândia com a presença do presidente

Ao completar 133 anos nesta terça-feira, 31 de agosto, Uberlândia chega a um novo marco na história do saneamento básico brasileiro com a inauguração do Complexo Produtor de Água Deputado Luiz Humberto Carneiro – Sistema Capim Branco. A obra vai garantir abastecimento para 1,5 milhão de habitantes, nesta primeira etapa, com capacidade de ampliação para atender até 3 milhões, no momento em que se aponta para a pior crise hídrica em mais de 100 anos no País. A entrega e o início da operação definitiva do sistema aconteceu em solenidade com a presença do presidente da República Jair Bolsonaro, além de outras autoridades.

Na inauguração, a Estação de Tratamento de Água (ETA) começa a operar com a sua capacidade total de 2 mil litros por segundo, transportando o recurso hídrico até o Centro de Reservação do Bairro Custódio Pereira e, de lá, distribuindo para os bairros da cidade. Nesta primeira fase, a ETA reforça os dois sistemas já existentes (Sucupira e Bom Jardim).

O prefeito Odelmo Leão ressalta que este é um momento muito importante para o saneamento na cidade. “Uberlândia é uma cidade em pleno crescimento e com a Capim Branco conseguiremos garantir a segurança hídrica do nosso povo. Concluímos a pré-operação e estamos levando água tratada do rio Araguari para Uberlândia em um novo e moderno sistema produtor de água, reforçando o abastecimento das residências, comércios e indústrias, para que a cidade continue se desenvolvendo com qualidade de vida”, afirma.

O diretor geral do Dmae, Adicionaldo dos Reis Cardoso, destaca que a obra é uma das mais modernas do país com tecnologia de ponta, que passou por todos os testes na pré-operação. “Temos um complexo que serve de modelo para o país e que foi realizado graças ao empenho do prefeito Odelmo Leão”, afirma.

A pré-operação do sistema foi iniciada em setembro. Etapa em que foram realizados testes em todas as áreas, como na parte elétrica, mecânica, automação, química e estanqueidade das estruturas civis. Incluindo os sistemas de motobombas da captação de água bruta e da elevatória de água tratada. Nessa fase, foi dado início ao tratamento e produção de água.

Todo o complexo ocupa uma área de 129.243,95 m² (ETA e Captação) e é composto por uma estação de tratamento, 20 km de adutoras, reservatório com capacidade de 10 milhões de litros, unidade de tratamento de resíduos e casa de química, elevatória de bombas, caixa de transição, painéis elétricos, subestação e canal de captação de água bruta. O sistema foi planejado para ser ampliado gradativamente até uma terceira etapa para triplicar a produção de água (6 mil litros por segundo). O investimento total foi de R$ 332 milhões, dos quais R$ 287,9 milhões financiados pela Caixa e outros R$ 44,7 milhões de contrapartida imediata por parte do Município.

Estrutura de grande porte

A Estação de Tratamento de Água (ETA) conta com equipamentos essenciais ao processo de tratamento de água, como floculadores, decantadores, reservatórios com capacidade total de 10 milhões de litros, casa de química, sala de cloração e uma unidade de tratamento de resíduos (UTR).

Interligado à ETA, há o transporte da água tratada até o reservatório do bairro Custódio Pereira em uma adutora com extensão de 15,5 km e diâmetro de 1,1 m. Já a adutora de água bruta, com 4,5 km de extensão, será responsável pelo transporte de água do canal de captação na represa Capim Branco até a ETA.

Caixa de Transição

A caixa de transição tem capacidade de armazenar 500 mil litros, ocupa uma área de 400m², e tem altura equivalente a um prédio de 10 andares. O equipamento é responsável pela passagem do regime de bombeamento, iniciado na captação para o regime de gravidade com destino ao Centro de Reservação do Custódio Pereira.

Automação

O sistema também vai contar com tecnologia de ponta em automação, desde a captação, passando pela produção e chegando à distribuição. Ao todo são cinco controladores lógicos que vão conectar todos os equipamentos.Os processos de automação serão interligados ao já existente sistema de telemetria do Dmae, que receberá as informações tanto para o controle local, quanto para a Central de Controle de Processos (CCP).  A tecnologia propicia rapidez e precisão nas operações e reduz a demanda energética.

Subestação

O sistema conta com uma subestação de energia elétrica com os transformadores, postes e cabos elétricos já instalados pelo Dmae na área do canal de captação. O dispositivo conta com uma linha de distribuição de 18,4 km direto da subestação de Miranda em uma rede de 138 kV para atender os conjuntos de motobombas instalados no canal de captação e na ETA.

UTR

Uma Unidade de Tratamento de Resíduos (UTR) também integra o Sistema. Ela realiza o tratamento do resíduo líquido (água + lodo) gerado pela ETA durante a potabilização da água. A UTR é composta por um sistema integrado com dois decantadores secundários, dois adensadores de lodo, um setor de desidratação e um tanque de regularização. Esta inovação demonstra a responsabilidade do Dmae com a sustentabilidade.

Histórico

O Sistema de Captação de Água de Capim Branco começou a ser pensado ainda na década de 90, quando o então prefeito Virgílio Galassi firmou um convênio com a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) para possibilitar a captação de água do Rio Araguari. Naquela época ainda não existia o atual sistema de outorga e foi exatamente esse convênio que assegurou ao município de Uberlândia o direito a usar essa água quase 30 anos depois da assinatura, firmada em 10 de abril de 1991.

O projeto concebido por Galassi previa a captação, inicialmente, na represa de Miranda e alertava para a distância e o desnível entre a usina e o município, deixando claro que um estudo de viabilidade técnica apontaria a melhor solução. Após análise, optou-se pela captação na represa de Capim Branco. Como o pedido do ex-prefeito era para o Rio Araguari, a única mudança foi o local de captação, que não afetou a disponibilidade hídrica do curso d’água.

Projeto Social

O Sistema Capim Branco conta também com um Projeto de Trabalho Social (PTS), intitulado Água Vida, que beneficia mais de 60 mil pessoas. O programa compreende um conjunto de ações que visam promover a inclusão social e produtiva das famílias, geração de renda e sustentabilidade da comunidade. O trabalho abrange 13 localidades na zona rural e urbana, no entorno da obra do sistema.

FOTOS: Valter de Paula/Secom-PMU

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