Oito bandas de três estados são selecionadas entre 147 inscritos
Acabou a espera! O Festival Minas Music já tem os oito finalistas que se destacaram entre os 147 inscritos. Se apresentam na final do dia 2 de outubro, no canal do YouTube do festival, artistas dos estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. Uberlândia tem duas representantes, Dado e Duda in The Sky. O time mineiro fecha com ETC, de Juiz de Fora, Nobat, de Belo Horizonte, Surfa, de Leopoldina e Help Rock, de Espera Feliz. São Paulo é representado por Brasil in Conserto, de Jundiaí, e o Rio de Janeiro pela banda Os Trutas, de Resende.
Na última semana de inscrições, o festival abriu para artistas e bandas de todo o país e recebeu material, além dos estados já citados, de bandas de Goiás, Ceará, Paraná, Bahia e do Distrito Federal. Antônia Nunes, da Viva Marketing, realizadora do evento, afirma que a produção recebeu com entusiasmo o volume de inscrições. “Isso mostra que acertamos nas mudanças que fizemos no festival. Aumentamos a abrangência e melhoramos a premiação e ampliamos o número de artistas que receberão algum tipo de prêmio de acordo com a classificação que conseguiram”, disse ela.
E o formato nacional chegou para ficar. Com inscrições de cidades de pequeno, grande e médio porte mostrou que nesse formato on-line não existem fronteiras. As oito finalistas receberão um cachê de R$ 1,5 mil e ajuda de custo de R$ 1,2 mil para gravação do material para a live, totalizando um prêmio de R$ 2.7 mil. As três melhores – escolhidas por júri especializado e com voto popular, que acrescentará pontuação para a mais votada pela internet. Dia 2 de outubro os shows serão transmitidos pelo canal do festival no YouTube onde já serão anunciadas as vencedoras que participarão da live comemorativa do festival junto com os convidados Tico Santa Cruz, Beto Bruno e banda Venosa no dia 17 de outubro. Os prêmios para as três melhores são: 1º lugar R$ 7 mil, 2º lugar R$ 6 mil e 3º lugar R$ 5 mil.
O Minas Music é um evento com realização da Viva Marketing Eventos e Cultura em Uberlândia, por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais e conta com o patrocínio da Algar e apoio da Castro Naves.
TRIAGEM CONTOU COM CINCO JURADOS
Cinco jurados foram os responsáveis pela seletiva do Minas Music: a supervisora de comunicação Ana Paula, o produtor artístico Daniel Lopes, o músico e diretor técnico executivo Flávio Borges, o gestor e produtor cultural Marcelo Mamede e o produtor artístico Carlos Alberto Donancio Rodrigues Xaulim.
Xaulim, mineiro de Patos de Minas, tem 41 anos nesse ramo. Realizou em 5 de setembro de 1982 o primeiro show da Legião Urbana, que aconteceu em sua cidade natal. Nesses mais de 30 anos no meio musical, ele afirma que não há uma fórmula para determinar o sucesso de uma música, de um artista. “Se houvesse uma fórmula sobre o que vai dar certo e o que vai dar errado, em tudo na vida, todo mundo escolheria o que vai dar certo. Cada artista tem um sentimento, uma pulsação, e a maioria, quando compõe qualquer música e lança, torce pela aprovação do público. Há produtores que dizem que existe diferença entre uma música bem gravada e uma música mal gravada. Uma composição boa mal gravada fica comprometida, e uma música que não tenha tanta densidade, se bem gravada, pode se transformar num grande hit”, comentou.
Apesar de ter na sua essência a diversidade, o festival, como outros festivais, sempre tem algum estilo que pode prevalecer sobre outros. No caso dos inscritos para o Minas Music, segundo Xaulim, prevaleceram MPB, rock e pop rock e o que ele ressalta, entre todos, é a qualidade dos inscritos. “Percebemos ainda que cada geração tem uma influência. As músicas que foram apresentadas trazem um retrato de um momento por sua abordagem poética e sua linha musical e nesse ponto o festival é muito atualizado. E eu sou dos que acreditam que música boa é música boa, não tem data”, afirmou.
Xaulim dá uma dica para os novos artistas. É preciso que o artista participe mais do processo produtivo da sua música. “Esse processo não começa e se encerra com a composição e nem quando sobe no palco e canta. O artista tem que ser vendedor. Bandas como essa, que foram para a final, tem uma grande oportunidade. Primeiro, de compartilhar a notícia de que foram selecionados, chegaram na fase mais importante. Daqui pra frente ganhar ou perder não faz tantas diferenças. Essas composições classificadas são muito parelhas, a diferença de colocação pode ser dada por décimos. Essas bandas tem que capitalizar essa classificação e divulgar isso porque é uma grande conquista. O fato de ter uma base territorial em Uberlândia é um detalhe, porque se você tá na rede ta no mundo. Tem que mobilizar a torcida e aumentar sua visibilidade”.
Para Flávio Borges, que atua há 23 anos nos Estados Unidos como músico, produtor artístico e diretor técnico de áudio & vídeo o desafio foi grande para chegar aos oito finalistas entre uma diversidade incrível de talentos. “Essa é a beleza do nosso festival, pois, abre um espaço para que muitos apresentem suas habilidades. E mesmo aqueles que não chegaram na fianl, podem ser encorajados a se aperfeiçoarem cada vez mais. Tivemos critérios técnicos para chegar nas oito bandas e elas se destacaram porque têm um potencial diferente das demais”.
Essa não é uma tarefa fácil e são cinco jurados que julgam de forma independente. Foram avaliados performance/qualidade técnica vocal, musicalidade e letra. “Enquanto uma banda se sobressaía em um ou dois critérios, os finalistas tiveram destaque em todos os segmentos. Por exemplo: havia bandas com qualidade vocal bem interessante, mas com a música e a letra não tão destacados. Outras com letras de muito peso e significado, quase uma poesia cantada, mas que não se destacaram tecnicamente na performance como um todo. Os finalistas que conseguiram estabelecer as maiores notas nesses três principais critérios foram os escolhidos. Ainda assim, para desempatar os casos em que os índices estavam praticamente iguais, decidimos pelas bandas que apresentaram maior qualidade, rigor técnico e sobretudo, aquelas que parecem ter o potencial de “carregar força” dentro do estilo musical escolhido”.
Flávio comenta que o formato online tem suas particularidades em relação ao presencial. A dinâmica de apresentação e a presença de palco mudam bastante. Não há interação direta com o público e isso vai exigir ainda mais das bandas. Diferente de um ambiente presencial, a banda não terá a oportunidade de reagir ao feedback da audiência durante a performance. Aí é que está o desafio.
“Numa performance presencial, conforme o público reage, a banda tem a oportunidade de mudar o mood, o ambiente e isso se aplicado da forma correta, pode decidir o resultado – positivamente ou não. Nesse sentido, recomendo que as bandas intensifiquem os ensaios até o dia da apresentação. Que sejam persistentes nos treinos, que se preparem genuinamente. Como se fossem fazer a melhor apresentação da vida. Sugiro que gravem os ensaios, simulem o ambiente da apresentação – enquadramento de câmera, tempo de apresentação – e compartilhem com os amigos e estejam abertos aos feedbacks recebidos” , aconselha.
A partir dos feedbacks recebidos cabe a elas aprimorar o que não ficou bom. Flávio explique que, segundo alguns estudos científicos, criamos a percepção de uma pessoa entre 3 e 5 segundos a partir do primeiro contato. A opinião sobre alguém é formada já nesses primeiros segundos. É como diz o ditado: a primeira impressão é a que fica. Por isso reforço o quanto é fundamental ensaiar e simular várias vezes antes da apresentação.
Morando no exterior há muitos anos, Flávio disse que é interessante observar como a música nada mais é do que um reflexo da sociedade contemporânea. Um dos pontos fortes de convergência das bandas inscritas foi a temática de causas sociais e políticas tão discutidas no Brasil atualmente.
“Em outras partes do mundo, inclusive aqui nos EUA, isso não é diferente. A música reflete e tem o papel de fazer refletir sobre o que é crucial na sociedade neste momento. Interessante notar que mesmo com o regulamento deixando de forma bem clara que composições de cunho político e religioso seriam desclassificadas, ainda assim muitos participantes registraram esses apelos através de suas canções, como “vozes que pulsam” a realidade em que vivem. E isso foi bem parecido com o que temos visto aqui nos EUA. Outro ponto interessante, é que ficou muito visível e perceptível no material dos oito finalistas, os elementos multiculturais, artísticos e musicais apresentados. Somos um país que recebe influência de vários estilos musicais”
SERVIÇO
O QUE: Festival Minas Music – 11ª edição
QUANDO: 2 de outubro (final) e 17 de outubro (live comemorativa)
HORÁRIO: a definir
CANAL: Festival Minas Music no YouTube (https://www.youtube.com/channel/UCZemwWwFFSTAk3hTOOaK3NQ)
CONHEÇA AS BANDAS SELECIONADAS
Brasil in Conserto – Jundiaí (SP)
O trabalho com enfoque cultural em raízes brasileiras, realizado pela Brasil in Conserto, desde 2008, trouxe bons frutos ao projeto iniciado na cidade de Jundiaí (SP). A banda conquistou prêmios em festivais de MPB – 4.º lugar e Aclamação Popular no Femupo de Barueri (SP); Melhor Comunicação com o Público no 6.º Prêmio Lollo Terra de MPB em São Miguel Arcanjo (SP). A banda participou do filme “Eu te levo” com duas músicas na trilha sonora. Tem dois CDs lançados, Alicerce (2012) e “#brasilinconcerto” (2020). Com o primeiro abriu shows do Teatro Mágico e fez um show com Oswaldo Montenegro na Virada Cultural de Jundiaí. Oswaldo Montenegro produziu o segundo trabalho da banda que traz sete músicas inéditas e duas regravações – “Orora Analfabeta”, de Gordurinha, e “Zé Ninguém’, do Biquini Cavadão. Recentemente a banda lançou o single “O meu amor é seu” em parceria com o rapper Flávio Renegado, cujo videoclipe está na programação do Canal Bis.
Dado – Uberlândia (MG)
Trio formado em 2017 por Douglas Sousa, Dani Santos e PH Costa com o primeiro objetivo de realizar cerimônias de casamentos perceberam que poderiam ir além e em 2018 lançaram o primeiro single “Rotina” que foi um marco inicial para o trio. Com quatro singles lançados em 2020 o trio encontrou sua identidade para a continuidade do trabalho.
Duda in the Sky – Uberlândia (MG)
Duda In The Sky é uma artista mineira independente de 21 anos. Compositora, cantora e multi-instrumentista, foi uma das vencedoras do Festival Minas Music em 2018. Entre 2018 e 2020 compôs e lançou dois EPs: “Sentido” e “Amora”, participou de festivais e teve seu trabalho divulgado nacional e internacionalmente. Duda é uma artista integral e elabora a identidade visual dos seus trabalhos e de seus videoclipes, o que a aproxima de seu público. Atualmente, planeja o lançamento do terceiro trabalho.
ETC – Juiz de Fora (MG)
ETC é Dudu, Vinícius e Balut. A banda é destaque em Juiz de Fora (MG) pelos shows lotados. Essa relação
público e banda levou a ETC aos principais concursos do Brasil e rendeu três prêmios de alcance nacional para o grupo: o WebFestValda em 2017, o #ShowLivreDay em 2019 e mais recentemente o EDP Live Bands 2019, que levou a banda a sua primeira turnê internacional, em Portugal, onde se apresentou no
NOS ALIVE, fazendo também divulgação de TV para Portugal e África.
Help Rock – Espera Feliz (MG)
Formada em 2017 na cidade de Espera Feliz (MG), inicialmente no formato acústico (e tocando covers), rapidamente a banda foi conquistando um público maior, principalmente no eixo Minas-Espírito Santo, onde, invariavelmente, sempre se apresentava em casas de shows das cidades desses dois estados com um público cada vez mais cativo. Com a necessidade de “dar um passo à frente” e por para fora seu viés criativo, investiu mais em composições próprias, lançando até o momento dois singles “Noite fria” e “Uísque barato” e o EP com 6 músicas “Não deixe o caos entrar”.
Banda Nobat – Belo Horizonte (MG)
Nobat é artista de Belo Horizonte (MG) iniciou a carreira em 2012 com o lançamento do álbum “Disco Arranhado”, seguido por “O Novato” (2015/Selo Tangerina) e “Estação Cidade Baixa” (2018/Under Discos). O compositor mineiro chamou a atenção da imprensa especializada, sendo destacado por importantes veículos de imprensa e foi eleito pela Rolling Stone Brasil a “revelação da música mineira dos últimos anos”. Nobat rodou por grandes festivais como Virada Cultural de SP, Palco Ultra, Semana Internacional da Música (SP), Festival Transborda – Oi Futuro Ipanema (RJ), dentre outros. Em 2016, Nobat foi convidado pelo selo europeu MIMS para uma turnê em Portugal com apresentações em Lisboa, Braga e Porto. Nobat tem em sua história parcerias com grandes nomes do cenário nacional como Hélio Flanders (Vanguart), Tatá Aeroplano, Julia Branco, Giovani Cidreira, Sérgio Pererê e outros. Atualmente o compositor mineiro trabalha no lançamento de seu 4º álbum intitulado “Mestiço”, que será lançado em 2022.
Surfa – Leopoldina (MG)
A Surfa foi formada na reta final de 2016 a partir de um convite do baixista Ricardo Oliveira ao cantor Rodrigo Rosa para que tocassem com o baterista Tiago Viana em uma jam. Assim, surgiu a primeira configuração da banda, um trio compacto e harmonioso que trazia consigo influências do rock’n’roll, reggae, surf music e MPB. Em 2018, o amigo Murilo Gazola entrou para o projeto assumindo as linhas de guitarra e colocando sua assinatura no projeto.
Os Trutas – Resende (RJ)
Banda de rock rural que traz Pedro Gracindo (voz e guitarra), Leandro Souto Maior (guitarra), Fabiano Soares (baixo e vocais) e Keila Gomes (bateria). Em tempos de caldeirada sonora proporcionada pela era da informação, Os Trutas sugerem “pensar sobre existir” e “tentar chegar em algum lugar que a gente nem sente o tempo”, como diz a letra de “Gosto daqui”, música que dá título e abre o primeiro disco do grupo.
OS JURADOS
Ana Paula: Supervisora na área de comunicação no grupo Algar, atua na empresa há mais de 11 anos, onde já passou pelas áreas de comunicação, marketing, comercial e responsabilidade social. Formada em Administração pela Universidade Federal de Uberlândia, nunca deixou sua paixão pelas artes e dança. Sapateadora de coração e alma, desde os 8 anos de idade.
Daniel Lopes: Uma carreira dedicada ao entretenimento em Rádio e TV, mídias sociais e a produção artística e de eventos. Há 11 anos no grupo Integração onde é Coordenador Artístico de um pool de 4 rádios (Mix FM Uberlândia, Rádio Cultura FM, Regional FM e Cultura FM Perdizes). Em eventos acumula experiência em produções como Réveillon da Paulista, Fórmula Indy, Carnaval de SP, Festa do Peão de Barretos, Triângulo Music, Timbre, entre outros. Assessora artistas e promove assessoria de promoção para eventos e festivais.
Flávio Borges: Atua há 23 anos como músico, produtor artístico e diretor técnico de áudio & vídeo. Mais de 100 álbuns produzidos e gravados, aproximadamente 400 participações em discos e projetos com reconhecimento nacional e internacional com: Claudia Leitte, Rio Negro & Solimões, Di Paulo & Paulinho, Marco e Mário, Ataíde & Alexandre, Trilhas Sonoras dos filmes: “Eu só posso imaginar”, “Deus não está morto”, entre outros. Premiado com vários Gold & Platinum Records. Atualmente é diretor técnico executivo do “Diante do Trono” nos Estados Unidos. Integrou a banda de Jazz latino junto ao pianista Gaetano Caracciolo (Manchester, 2002-2003). Atuou na banda inglesa “The Tribe” (Manchester, 2002-2003).
Marcelo Mamede: Gestor e Produtor Cultural com mais de 20 anos de atuação em Leis de Incentivo e realização de eventos de cinema, literatura e música. Em 2005 fundou a Moinho Cultural na qual foi idealizador e curador de projetos importantes, como: Fundinho Festival – Jazz e Blues, Festival de Inverno da Serra da Canastra e Diversão e Arte – Música para crianças de todas as idades.
Carlos Alberto Donancio Rodrigues Xaulim: Carlos Alberto Xaulim, mineiro de Patos de Minas, produtor artístico, ex-Presidente da Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (Abrape), Fundador e ex presidente da Fundação Cultural do Alto Paranaíba (Fucap), Diretor Comercial da Rádio Jovem Pan – Patos de Minas. Atuou como produtor executivo em vários eventos como: comícios, carreatas, festivais de música, lançamento de produtos, shows musicais, inauguração de empresas, peças teatrais, programas de incentivo, produção de CDs e DVDs, aniversário de cidades, micaretas, projetos culturais e feiras e exposições agropecuárias. Realizou em 05 de setembro de 1982 o primeiro show da Legião Urbana em Patos de Minas. Responsável pela programação artística da Festa do Milho de 1988 a 2005.
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