Desde que matéria sobre a mineração a céu em Paracatu, no Noroeste de Minas Gerais, foi ao ar no “Proteste Já”, quadro do programa Custe o Que Custar (CQC), a cidade se tornou notícia em vários veículos de comunicação do Brasil. A mineração no Morro do Ouro é feita pela empresa canadense Kinross Gold Corporation e representa a principal atividade industrial para a geração de emprego e renda na região. No entanto, a proximidade entre as atividades de mineração e os bairros da cidade e ainda a possibilidade de intoxicação por metais pesados liberados durante a extração de ouro, como o arsênio, estão deixando a população preocupada.
Moradores dos bairros próximos à mina, como Alto da Colina e Amoreiras II estão preocupados com a expansão da mina, que comprou vários terrenos na região. A população sente os tremores provocados pelas explosões das rochas feitas pela mineradora. O geólogo e diretor da Fundação Acangaú, Márcio José dos Santos, critica o fato de as atividades da Kinross serem executadas tão perto do município.
A secretária de Saúde de Paracatu, Nádia Maria Roquete Franco, disse que em 2013 foi divulgado pela prefeitura um estudo garantido que a população da cidade estava livre de qualquer tipo de intoxicação. Segundo ela, a população não precisa estar alarmada em relação ao arsênio. “Mitos e boatos são difíceis de ser desmistificados, mas a pesquisa está à disposição para quem quiser ver”.
A Kinross Gold Corporation, por sua vez, informou que também fez um estudo que comprova que não há perigo de intoxicação para a população paracatuense. De acordo com a empresa, exames foram feitos e comprovam que as concentrações de arsênio foram consideradas abaixo do nível permitido pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
FOTOS: JOSÉ CRUZ /AGENCIA BRASIL