Dezembro laranja: como se proteger do câncer de pele?

Estimativas do INCA apontam que o câncer com mais incidência, cerca de 220 mil novos casos estimados, é o de pele não melanoma
 

Um estudo publicado em novembro pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA) aponta que 700 mil casos de câncer surgirão por ano entre 2023 e 2025. A região Sul e Sudeste aparecem com a maior prevalência, cerca de 70%. A pesquisa evidencia que o câncer com mais incidência, cerca de 220 mil novos casos estimados, é o de pele não melanoma.

Com a chegada do mês de dezembro, a campanha Dezembro Laranja, criada em 2014 pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), é elaborada para conscientizar as pessoas sobre a doença.

Em 2023, o tema principal da campanha é “Cada um com a sua prevenção”, focando na importância do cuidado personalizado da saúde do maior órgão do corpo humano. Aldo Toschi, dermatologista no IBCC Oncologia – pioneiro no mapeamento de pintas ou fotodermatoscopia, exame que  auxilia na prevenção do melanoma –, localizado na Mooca, em São Paulo, ressalta o quanto a fotoproteção é essencial para a prevenção dos vários tipos de câncer de pele.

“A fotoproteção é um conjunto de medidas e hábitos a serem incorporados desde cedo. É preciso ensinar, desde a infância, sobre a importância de utilizar chapéus, bonés e camisas com proteção UV durante a prática de esportes ao ar livre durante o ano todo. Esse cuidado deve ser redobrado quando se for à praia ou piscinas nos meses mais quentes”, comenta o especialista.

De acordo com a SBD, existem três tipos de câncer de pele, sendo estes: o carcinoma basocelular (CBC), o carcinoma espinocelular (CEC) e o melanoma. O carcinoma basocelular é o tipo mais comum da doença e se desenvolve na área mais profunda da epiderme, com a aparência semelhante a de um eczema, sendo o tipo com maior chance de cura se diagnosticado no início.

Tanto o carcinoma basocelular como o espinocelular se desenvolvem com maior frequência em regiões expostas ao sol, no entanto, o carcinoma espinocelular tem uma propensão menor de se manifestar em regiões não expostas também, já que se trata de um tipo de câncer de pele que afeta as células escamosas na camada mais superficial da pele.

Por fim, o câncer de pele melanoma é o mais raro de todos e geralmente se manifesta como uma mancha amarronzada na pele. Mesmo que seja o tipo mais letal, se diagnosticado precocemente, possui chances de cura de 90%.

Como se proteger?

No Brasil, de acordo com dados do Atlas de Mortalidade por Câncer de 2019, o câncer de pele foi a causa de morte de cerca de 4,5 mil pessoas, entre 2,6 mil homens e 1,9 mil mulheres. Dentro disso, Toschi ressalta o método A, B, C, D e E, para analisar manchas na pele, que ajuda a identificar sinais de que se deve procurar um dermatologista:

  • Assimetria: prestar atenção se a mancha tiver partes ou lados diferentes.
  • Bordas Irregulares: estar atento caso as bordas da mancha sejam muito irregulares.
  • Cores: verifique se há a presença de tons variados.
  • Diâmetro: as manchas maiores do que 6mm podem ser mais preocupantes.
  • Evolução: o maior sinal de todos é como essa mancha evolui, se ela aumenta ou não, muda de tonalidade, gera coceira, ardência ou sangramentos. Outro sinal de evolução é o surgimento de uma ferida que não cicatriza.

Além disso, a SBD aponta alguns fatores de risco para ter em mente e reforçar o cuidado com a pele, como histórico familiar de câncer de pele ou já ter tido a doença, ter tido muitas queimaduras de sol ao longo da vida – do tipo que deixa a pele muito avermelhada e com bastante ardência –, ter a pele muito clara, além de ter muitas sardas ou pintas, e ter 65 anos de idade ou mais.

“O uso diário de protetores solares evita também o envelhecimento precoce além do desenvolvimento do câncer de pele. Se você faz parte de um grupo de risco, cuide-se e fique atento. Sempre que você observar manchas estranhas e incomuns em seu corpo, procure imediatamente um dermatologista”, finaliza Toschi.

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